Blog do Pedro
Estudo sobre sexualidade (aula 1)
TEXTO BASE:
INTRODUÇÃODisse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea.Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.Gênesis 2:18-25
Sexualidade é um tema importante e sempre atual. Hoje em dia falar sobre sexualidade não é difícil, vemos a exposição desse tema nos mais diversos meios de comunicação e em qualquer roda de amigos o tema surge com freqüência.
A juventude experimenta uma liberdade sexual cada vez maior e qualquer idéia de castidade até o casamento, relacionamento apenas heterossexual e fidelidade conjugal soam aos ouvidos como repressão sexual.
Para muitos sexo é instinto. O desejo e o prazer precisam ser satisfeitos a qualquer custo, aí está a felicidade segundo o hedonismo. Será que isso é verdade?
O MODELO DOS RELACIONAMENTOS: O PRÓPRIO DEUS
O ponto de partida, a razão principal da sexualidade é o relacionamento e não o prazer. Pensar em sexualidade apenas como sexo ou o estímulo da genitália seria reduzir o homem a um estado de irracionalidade e seu comportamento o assimilaria aos animais.
Na verdade, com o surgimento das teorias evolucionistas e o pensamento em voga de que não existe um referencial absoluto, que viemos do nada e por acaso existimos, suas conseqüências levadas ao extremo nos leva a uma angústia existencial. Seu reflexo no entendimento da sexualidade humana empobrece o homem, excluiu a moral, corrompe as relações e banaliza o sexo.
A Bíblia nos ensina que Deus criou o homem. A origem da existência humana está no seu Criador (Gn 1:26). Essa cosmovisão muda tudo, traz consigo propósito e significado a existência, norteia a vida e os relacionamentos.
Além de nos revelar a origem, as Escrituras falam sobre nossa essência - Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gn 1:26)... fomos criados em distinção dos demais seres vivos, fomos criados semelhantes a Deus. A referência não é física, mas racional, moral, espiritual e social. E quais as implicações desta verdade?
Somos seres relacionais, criados para nos relacionar com Deus, com o próximo e com a natureza. Diferentemente dos demais seres vivos, somos dotados de capacidade intelectual e consciência de discernir entre o certo e errado, o que nos torna moralmente responsáveis em nossos relacionamentos.
O modelo da Trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo) é a base ou a origem de todo relacionamento humano. A comunhão é o relacionamento mútuo entre as Pessoas da Trindade, mas em nenhum momento esta relação compromete a identidade das Pessoas e muito menos impede a Pessoa de ser o que é, ou de agir.
Essa compreensão pode nos levar a aplicar esses conceitos no relacionamento entre o homem e a mulher.
E DEUS CRIOU A SEXUALIDADE
Deus criou o homem e a mulher como indivíduos diferentes e que se complementam, numa relação de interdependência física, emocional e social. Há uma necessidade visível de um para com o outro, que provoca essa necessidade de relacionamento, e isso se dá justamente pela diferença entre os dois sexos.
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne (Gn 2:24). Este texto é uma aberta referência ao enlace sexual. Em Gn 1:28 o criador já havia ordenado: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra. Evidentemente que esta união física os tornou uma só pessoa, uma só alma, um só corpo, pois é sinal e manifestação de uma união íntima e inseparável.
A espiritualidade e a sexualidade estão intimamente ligadas. Espiritualidade é também exercer a sexualidade segundo a vontade de Deus. A sexualidade nos foi dada para ser uma bênção, ela não é individualista, não começa e não termina com o sexo, mas o tem como belo, prazeroso e necessário.
O homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam (Gn 1:25)... a queda não criou o eros (o amor erótico), mas o perverteu (o tornou lascivo). O pecado comprometeu até mesmo o relacionamento conjugal.
“Na perspectiva cristã o corpo e a alma são sagrados. Portanto a sexualidade jamais deveria ser vista ou vivida de outra forma que não fosse sagrada (Amauri Cardoso).”
A sexualidade dentro do plano de Deus é plenamente satisfatória e boa. Em função do que já conversamos até agora, podemos sistematizar 4 princípios bíblicos importantes sobre sexualidade.
1. O princípio da heterossexualidade
Quando Deus criou o homem e a mulher, fez cada um com órgãos sexuais para que usufruíssem o prazer e também se reproduzissem. É importante perceber que Deus não criou um homem que pudesse desempenhar o papel da mulher no ato sexual, e vice-versa.
2. O princípio da aliança (monogamia)
Aliança significa compromisso de fidelidade, lealdade e exclusividade.
De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem (MT 19:6). Jesus está ensinando que essa aliança produz uma unidade, que é a vontade de Deus é portanto sagrada.
A vontade de Deus é que a profunda intimidade proporcionada pela relação sexual possa unir o casal, física, emocional, social e espiritualmente.
A aliança que se faz no dia do casamento, o selo que se coloca naquele momento significa que o casal assume compromissos irrevogáveis que devem proporcionar companheirismo e cumplicidade até o final da vida. É por essa razão que a relação sexual tem um significado tão forte, e quando praticada sem comprometimento mútuo, pelo simples prazer físico, não agrada a Deus.
3. O princípio do prazer
“Se o livro de Gênesis afirma nossa sexualidade, o livro de Cantares a celebra. Vimos ali sensualidade sem licenciosidade, paixão sem promiscuidade, amor sem lascívia” (Richard Foster).
Seguindo o raciocínio do Foster, C. S. Lewis afirma que o prazer foi criado por Deus e o diabo não consegue reproduzi-lo, porque o prazer é bom. Porém o diabo encoraja os humanos a abordar os prazeres de certas formas, ou em certos momentos, ou em certo grau que Deus tenha proibido. Dessa forma o prazer é explorado longe das condições naturais, distante daquilo ensinado pelo Criador e conseqüentemente gerando menos gratificação, o resultado é uma ânsia cada vez maior um prazer cada vez menor.
4. O princípio da procriação
Filhos são herança do Senhor, frutos da relação conjugal. A Bíblia é explicita quando ensina que a reprodução da espécie é um aspecto central da relação sexual (Gn 1:27-28), e traz consigo um aspecto social bastante importante na sexualidade.
A relação sexual não foi criada para ser individualista e egoísta, mas tem uma relação direta com a unidade do casal e com o mundo real, pois possibilita a continuidade do homem e fortalece a identidade do indivíduo através da família.
CONCLUSÃO
A origem de todas as coisas explica o fim de todas as coisas. Sexualidade, relacionamento e compromissos estão diretamente ligados à Pessoa do próprio Deus.
O plano de Deus é que o ser humano exerça sua sexualidade em um relacionamento monogâmico e compromissado com seu conjugue, fazendo com que ambos tenham uma aliança de propósitos que envolva toda a vida.
RESPONDA
Quais as características do ser humano que demonstram sua semelhança com Deus?
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Quais os significados de tornar-se uma só carne?
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A sexualidade é algo sujo? Por que?
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PARA MEMORIZAR
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1:27
“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” Gênesis 2:24
LEITURA SUGERIDA
• Segunda-feira: Gênesis 1:1-25
• Terça-feira: Gênesis 1:26-31
• Quarta-feira: Gênesis 2:1-17
• Quinta-feira: Gênesis 2:18-25
• Sexta-feira: Mateus 19:1-12
MATERIAL UTILIZADO
• Sexualidade: Uma bênção a ser valorizada. Revista de Escola Bíblica Dominical, Editora Cristã Evangélica. Aulas 1, 6 e 16.
• Richard Foster. Dinheiro, Sexo e Poder. Editora Mundo Cristã. Capítulo 6: A Sexualidade e a Espiritualidade.
• C. S. Lewis. Cartas de um diabo a seu aprendiz. Editora Martins Fontes. Carta 9.